15 de set. de 2013

Karatê e Cidadania



 Juliana Jordânia (1)
"A gente começou o projeto do Karatê, devido ao cunho pedagógico da modalidade. Pensando na indisciplina dos alunos. Antes tínhamos um índice de reprovação muito alto, que chegava aos 40%, provocado principalmente, pela indisciplina. O karatê foi fundamental para a mudança comportamental, já que a disciplina faz parte de suas regras básicas e os alunos têm aprendido com isso" comenta a diretora da Escola Municipal Dinarte Mariz, Odete Batista da Costa Freire ao caderno Domingo, do Jornal de Fato.

Devido a outros programas e atividades desenvolvidas como aulas de xadrez, futsal, dança e teatro o índice de aprovação de 60% em 2009 cresceu para 98,7% e a evasão escolar na unidade caiu para zero, contando com 100% dos alunos alfabetizados.


A Escola Municipal Dinarte Mariz atingiu média 2,4 no Ideb, já em 2011, o índice aumentou para 5,5, ficando acima da média nacional e da meta prevista para 2021.


Juliana Jordânia (foto 1) , faixa laranja, possuí 15 medalhas em campeonatos escolares estaduais e nacional. No último mês, a atleta foi campeã nas três categorias em que competiu no Campeonato Estadual de Karatê que aconteceu em Martins/RN. Ela é ouro no Kata, em Kumite e por equipe, trazendo três das 19 medalhas conquistadas pelos atletas da escola no campeonato estadual.

A parceria entre o Programa Mais Educação e a ASKAD (Academia Shotokan Karatê-Dô), tem garantido a revelação de outros talentos como Patrício Eduardo dos Santos Saldanha, de 13 anos, faixa verde, e Aron Alhanze Alcantara Ferreira , de 11 anos, faixa laranja, que também conquistaram medalhas de bronze no campeonato nacional do ano passado. Patrício já subiu ao pódio 15 vezes e Aron tem 9 medalhas, as últimas conquistadas no Campeonato Estadual realizado em Martins. Eles também sonham participar de grandes competições como atletas profissionais. 

"O que mais nos orgulha é ver esses meninos chegarem a competições como a nacional, e se destacarem entre atletas que têm todo aparato para estar ali, enquanto os nossos alunos mal têm seus kimonos. Vemos atletas que tem acompanhamento com nutricionista, vários equipamento para treino, e mesmo assim Juliana Jordânia conquistou o ouro, esses meninos trouxeram o bronze", enfatiza a diretora.

E as aulas de karatê que antes eram restritas apenas aos estudantes matriculados na Escola Municipal Dinarte Mariz, agora durante três dias da semana são abertas para moradores da comunidade.

Tudo começou porque durante os treinos ela percebeu que muitos jovens subiam o muro da escola para ficar assistindo às aulas. "Vendo isto, eu decidi convidá-los para descer do muro, entrar pelo portão principal, para participar dos treinos. A ideia deu certo e hoje temos um bom número de alunos de outras escolas e mesmo jovens que não estão mais em idade escolar. Também temos a participação de alguns pais que decidiram treinar conosco", afirma Odete Batista.

Foto do caderno Domingo do Jornal De Fato, com Juliana, Patrício e Aron



Mesmo sem muito reconhecimento das autoridades a diretora conclui que o trabalho realizado pelo Sensei (treinador) Marcos Felipe, é muito mais do que o previsto no Projeto Mais Educação "O risco desses alunos seguirem pelo caminho errado é quase zero, porque eles estão bem acompanhados. Temos uma forte parceria com os pais e mantemos uma educação rigorosa". O pedreiro Editônio Bernardo da Silva, pai do atleta Aron Alhanze, começou a praticar Karatê. "Eu sempre quis fazer karatê, mas não tive a oportunidade na infância e na adolescência. Hoje estou realizado e vendo meu filho ter esse apoio da escola e conseguindo se destacar. É muito emocionante, um prazer muito grande com cada conquista", fala.

Fonte: De Fato



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