8 de mai. de 2013

Resgatando a Fauna e a Flora da Caatinga: Palestra com a UERN

Palestrantes: Ismael Fernandes de Melo e José Walter da Silva
Local: Escola Municipal Dinarte Mariz
Hora: 14:00h
Data: 08/05/2013

O único bioma exclusivamente brasileiro de um patrimônio biológico que não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta é ameaçado pela sua equivocada e histórica determinação popular de terra improdutiva e seca. Abrigando 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas, a Caatinga (do tupi ka'a [mata] tinga [branca] que significa mata branca). Para entender melhor sobre o assunto os professores de meio ambiente do CEMAD - UERN, Ismael Fernandes e José Walter atentaram sobre o convívio respeitoso do homem com o semi-árido.



Principais características da Caatinga


Fauna em harmonia:  As aves representam o grupo animal com maior número de espécies registradas. São 510 espécies, das quais 15 são endêmicas e 20 estão ameaçadas de extinção, como o jacu verdadeiro e o urubu-rei. A Caatinga ainda guarda muitos segredos sobre a sua fauna, como no caso dos anfíbios, grupo que tem como habitat ambientes úmidos, e que desenvolveram adaptações morfológicas e fisiológicas que lhes permitem sobreviver maiores períodos sem água. Algumas das estratégias dos anfíbios são procurar abrigo em bromélias, escavar e enterrar-se em solos e só sair após as primeiras chuvas, reprodução rápida e explosiva no período chuvoso.

A proteção da fauna está diretamente ligada à proteção dos ambientes. As matas ciliares, por exemplo, são os locais de reprodução de muitos animais, como os répteis e anfíbios, e vêm sendo devastadas. Uma das menores espécies de crocodilianos, o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris), que chega a 1,5 m de comprimento, habita as margens dos riachos e é endêmica da Caatinga. No grupo dos répteis destaca-se a variedade de lagartos, como o camaleão (Iguana iguana) e o teju (Tupinambis tequixim).

Adaptações das plantas: Para sobreviver ao período seco do ano, as espécies vegetais da caatinga desenvolveram estratégias como xerofilia (tolerância a seca), microfilia (folhas pequenas) ou transformadas em espinhos para evitar a perda de água, suculência e presença de raízes tuberosas para armazenamento de água, o que permite a rebrota da planta mesmo após longos períodos de falta de água ou mesmo intervenções humanas.

Transição entre o período seco e chuvoso na Caatinga, um dos fenômenos mais interessantes desse bioma
Aroeira (Myracroduon urundeuva); cumaru (Amburana cearensis); Ipê roxo (Tabebuia impetiginosa)

Medidas urgentes



A preservação é um tema antigo mas pouco valorizado. De forma descuidada a prevenção é esquecida, e atitudes de caráter emergencial se mesclam a uma despreocupação histórica típica do Brasil. É essencial entender a importância da flora e da fauna brasileira para o benefício moderado da sociedade, pois a industrialização maciça nega uma oferta natural presente desde do princípio da vida: aquela de que a natureza provém tudo que precisamos, e sua degradação tem efeitos a curto prazo (e não mais a longo prazo, como se pensava). Solução sempre há. Extensas campanhas governamentais e não governamentais, como projetos de arborização de plantas em extinção, e o aumento das reservas animais aperfeiçoam a intenção, porém, enraizar na cultura é mais eficiente. Metas anuais de conscientização, com pesquisa dos efeitos dessa educação, são feitos e devem ser melhorados, com incentivo público a arborização urbana. É também responsabilidade nossa não permitir que os animais virem contos do folclore e sejam preservados.

Fonte: acaatinga

Vídeo: Youtube

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